TOP BLOG 2010

TOP BLOG 2010

Boas Vindas a esta comunidade de Culturas e Afetos Lusofonos que já abraça 76 países

MÚSICA DE FUNDO E AUDIÇÃO DE VÍDEOS E AUDIOS PUBLICADOS

NÓS TEMOS TODO O EMPENHO EM MANTER SEMPRE MÚSICA DE FUNDO MUITO SELECIONADA, SUAVE, AGRADÁVEL, MELODIOSA, QUE OUVIDA DIRETAMENTE DO SEU COMPUTADOR QUANDO ABRE UMA POSTAGEM OU OUVIDA ATRAVÉS DE ALTI-FALANTES OU AUSCULTADORES, LHE PROPORCIONA UMA EXPERIÊNCIA MUITO AGRADÁVEL E RELAXANTE QUANDO FAZ A LEITURA DAS NOSSAS PUBLICAÇÕES.

TODAVIA, SEMPRE QUE NAS NOSSAS POSTAGENS ESTIVEREM INCLUÍDOS AUDIOS E VÍDEOS FALADOS E/OU MUSICADOS, RECOMENDAMOS QUE DESLIGUE A MÚSICA AMBIENTE CLICANDO EM CIMA DO BOTÃO DE PARAGEM DA JANELA "MÚSICA - ESPÍRITO DA ARTE", QUE SE ENCONTRA DO LADO DIREITO, LOGO POR BAIXO DA PRIMEIRA CAIXA COM O MAPA DOS PAISES DOS NOSSOS LEITORES AO REDOR DO MUNDO.

sábado, 30 de julho de 2011

DIAS CAMPOS, ESCRITOR BRASILEIRO - CONTO "NUNCA DESÂNIMO" - VENCEDOR DO "CONCURSO MUNDIAL DE "CUENTO Y POESIA PACIFISTA, 2010", NA MODALIDADE DE CONTO EM PORTUGUÊS




Trazemos hoje para os nossos leitores, o belo conto do escritor brasileiro Dias Campos "Nunca Desânimo", vencedor  do Concurso Mundial de Cuento y Poesía Pacifista, 2010, na modalidade Conto em Português.

O escritor Dias Campos é publicado em Portugal pela Chiado Editora com o romance " As Vidas do Chanceler de Ferro", venceu o Concurso Mundial de Cuento y Poesía Pacifista, organizado pelo Las Filigranas de Perder, com sede na Colômbia, na modalidade conto em português, com o conto "Nunca desânimo..."


NUNCA DESÂNIMO...

- Estamos aqui reunidos para tratar de um assunto de extrema importância e máxima urgência! Um verdadeiro escolho aos nossos legítimos interesses. – Havia apenas mais três integrantes nessa reunião. Por isso, a altiloquência da mediadora era um tanto desnecessária.
- Eu detesto quando ela começa com essa “ladainha ufanista”. – Comentava Marte com o parceiro da direita e a baixa voz.
- Ora, ora... Desde o último embate entre vocês, lá em Tróia, que você detesta tudo o que diga respeito a Minerva. – Respondia Ares, o seu equipotente grego, no mesmo tom e com picardia, relembrando ao deus da guerra sangrenta a derrota dos seus protegidos, face à epopeica vitória dos exércitos resguardados pela deusa da guerra justa.
- Quietos! A hora é de somarmos forças e não de nos dividirmos. – Cariocecus, o deus lusitano da guerra, interveio e pôs fim à quase celeuma. Minerva continuou:
- A humanidade cada vez mais se une em torno do pacifismo... E isso tem que ser revertido. Onde, o nosso proveito? Onde, o nosso prazer? – E a camarilha concordava em uníssono.
- É notório que os movimentos a favor da paz estão se organizando dia a dia e por toda a Terra. E, o que é pior, ampliam os seus tentáculos por meio das mais variadas formas, indo de discursos empolgantes, passando pelas passeatas e chegando à solta de balões brancos. – Prosseguia Minerva, em seu introito.
- Ora, não sei por que tanto alarido – desdenhava a divindade lusitânica. Quero recordá-la de que nunca abandonamos os nossos postos. Aliás, lembra de Heráclito? Pois não foi você, Ares, que bem soube deturpar a Luta dos Contrários, levando os contemporâneos do filósofo e os que se lhes seguiram a justificarem a guerra, pois dela resultariam a harmonia e a justiça?
- E olha que nem precisei de sacrifícios humanos para me estimular. – E os três riram a breve tempo, lembrando os prisioneiros que, volta e meia, eram ofertados a Cariocecus.
- Não questiono, aqui, os nossos feitos pretéritos – intervinha Minerva –, mas coloco à prova o nosso futuro, a nossa sobrevivência! – De repente, o silêncio se sobrepôs aos gracejos... e a circunspecção tomava conta das mentes beligerantes. Passados alguns segundos, Marte questionou:
- E o que mais poderíamos fazer para atacar essa onda pacifista? O que sugere?
- “Uma grande parte dos males que atormentam o mundo deriva das palavras”, disse Burke certa vez. Ora, lembrando que, na atualidade, praticamente não há mais fronteiras para a literatura, já pensaram no malefício que faríamos se conseguíssemos minar os espíritos de quantos tentam usar a palavra escrita em prol da paz? Ataquemos os escritores, e o estrago se multiplicará.
- E por acaso essa ideia é original? Também quero lembrá-la, oh querida irmã, de que jamais negligenciamos essa área do pensamento humano; tanto que bem soubemos inspirar muitos autores. Aliás, já que hoje estamos para as citações, recordo o americano Oliver Wendell Holmes: “A guerra é a cirurgia do crime. Por má que ela seja, significa sempre a extirpação de qualquer coisa pior.” – Marte não perdia nenhuma oportunidade de alfinetar a rival.
- E eu, o brasileiro Tobias Barreto: “Cada guerreiro que por nós combate é a ira de Deus que se faz homem.” – complementou Ares, aderindo à zombaria.
- Sempre a impulsividade sobrepondo-se à racionalidade... Não quis fazer alusão a esse ou àquele escritor, propriamente dito. Referia-me ao Concurso Mundial de Cuento y Poesía Pacifista, e que, pelo que fui informada, ganha adesões a cada minuto.
- Esclareça melhor o seu plano, Minerva. O que você pretende realmente? – Carioceus falava por todos.
- Eu explico: é notório que as palavras, sobretudo as escritas, sempre foram mais fortes do que as espadas ou canhões. Chegam a milhões e se perpetuam na história. Ora, indaguei a mim mesma, como contra-atacar os nossos inimigos e conseguir com que sejam derrotados?
- Como?! – Perguntaram, a uma só voz, os três armipotentes.
- O segredo está em convencer-lhes os espíritos de que são incapazes de mudar o ser humano. De que seus esforços, suas palavras serão sempre inúteis; uma luta em vão, uma tola utopia. – Um leve sorriso, misto de maquiavelismo e prazer, formava-se espontâneo nas fácies bestiais.
- Agora entendo aonde quer chegar, Minerva. Tratemos de convencer os participantes de que são impotentes diante da beligerância inata dos mortais e esse concurso será o maior fiasco de todos os tempos! – Era a primeira vez que Marte concordava com a parenta.
- É claro!... Com isso, toda a Terra reconhecerá que, se até seus poetas e prosadores deixaram-se levar pelo desânimo, do que valeria ao povo que os toma como exemplos perseverar no ideal pacifista? – Ares somava-se em entusiasmo.
- Brilhante, oh deusa da guerra diplomática! É como eu sempre digo: as boas ideias se revelam simples e eficazes. Sendo assim, proponho um brinde – e a potestade lusitana levantava a taça –: ao malogro desse concurso!
- Ao malogro! – E beberam, e riram, e celebraram por toda a noite.
Era preciso agir rápido. Cada divindade ficou encarregada de atuar em uma parte do globo. Marte, por exemplo, não abriu mão das Américas; Cariocecus, de toda a Europa... Minerva e Ares não se opuseram e dividiram o restante de comum acordo.
No dia seguinte ao refestelo, e mesmo sob a viva lembrança de Baco que bem lhes pesava ao raciocínio, os potentados partiram com seus exércitos rumo às casas dos concursandos. E o cerco teve início, implacável, impiedoso...
- Ah, como é nobre a sua intenção. E quão bela a sua veia artística! – Comentava Ares, consigo, junto a uma promissora poetisa. – Pena que tudo farei para tolher-lhe o ânimo. Que tal...? as últimas investidas da Coréia do Norte? Lançam uns mísseis aqui, outros ali... e a boa e velha Guerra Fria está mais viva do que nunca.
- Vejo que seu conto está prestes a acabar, pretenso aprendiz de best-seller. – Sussurrou Marte, em tom desdenhoso, a um romancista consagrado. – Quem sabe eu possa desencorajá-lo, enfatizando que o homem continuará a não dar ouvidos à história, pois os campos de concentração, que pensavam estar para sempre enterrados, ainda ardem nos corações bósnios, face ao extermínio perpetrado em Srebrenica?
- Nada como reinar aquém da Taprobana... – Cariocecus deleitava-se ao regressar a Lisboa. Nunca se desapegara do seu antigo Condado Portucalense... – Percebo vigor e idealismo neste jovem ensaísta. Seu currículo só tende a florescer. Bem... que tal se eu o lembrar do comércio escravagista que os nossos patrícios desenvolveram? Ou então... Dos arbítrios que seu avô salazarista cometeu? Certamente essa breve retrospectiva o envergonhará e o desalentará, pois o levará a crer que os mortais continuarão a se chafurdar no erro, século após século, mesmo que admitam a história como uma espiral ascensional.
- Que otimismo na terceira idade! Não pensei que chegando aos oitenta e dois anos ainda houvesse esperança dentro desse coração velho e cansado. Quer dizer que a literatura infantil é o seu passatempo? Curiosa coincidência... pois o meu é, justamente, desvirtuar a juventude! – Nunca viram Minerva tão pérfida! – Vejamos... Idade provecta, vida sofrida... Pois eu pergunto, senhora, se tem tão pouco tempo de vida; se viu guerras e até viveu comoções intestinas... será que ainda há tempo para ensinar algo de bom aos pequeninos, pois, mais cedo ou mais tarde, engrossarão as fileiras de soldados, revolucionários ou terroristas?
E os meses foram passando... A cada dia, os comandantes divinais eram informados por seus generais sobre as investidas aos participantes do concurso. Romancistas, poetas, contistas, sonetistas, ensaístas, novelistas... todos os que, com sua arte, procuravam contribuir para a prosa ou para poesia pacifistas eram acossados das mais variadas formas; nunca olvidando dos objetivos e dos meios traçados por Minerva. E toda vez que o quarteto divino se reunia para avaliar a ofensiva, era difícil saber qual deles cantava maior vantagem sobre o outro. Os semblantes, no entanto, camuflavam a realidade dos fatos, escamoteando-os nos torreões do orgulho...
E o concurso continuava... e por mais que os deuses guerreiros afirmassem que os resultados que obtinham eram satisfatórios, ou que os relatórios apresentados por seus comandados fossem, como diziam, positivos, o número dos participantes não diminuía; pelo contrário, mais e mais escritores se inscreviam!
- Eu não consigo entender o que aconteceu! – bradou Marte num arroubo de cólera, pois que encantoado pela angústia. Mas antes que algum dos demais ousasse uma justificativa, um general se aproximou e disse:
- Oh altipotentes, um nosso espião conseguiu uma cópia de um dos poemas finalistas. Tentará nos enviar o outro, bem como o conto selecionado, assim que a oportunidade lhe for favorável. – E o entregou à mentora belicosa.
Minerva estava trêmula e envergonhada; muito distante da genialidade que um dia inspirara Odisseu a imaginar um grande cavalo de madeira... Ares, então, tomou-lhe o papel e, em voz alta e pausada, começou a ler um soneto.
E a cada verso, em que se entrosavam perfeitamente decassílabos e alexandrinos, mais um quê de originalidade, revelava aos demais que o esforço que tanto despenderam, esse, sim, tinha sido em vão:

Um só caminho.

Em meu reino, de onde posso tudo ver,
conta bendita a que me doei,
só vejo a luz que de mim criei,
nunca desânimo, em que não quero crer.

E se muitos há que te levam a arder,
pecadores por quem sempre roguei,
avatares alhures enviei.
Segue-lhes os passos! Isso, sim, é viver.

Mas o homem insiste em se desviar...
e não se detém. Conquista; mata; erra.
Enloda-se no poder que o faz cegar.

Destarte, retorna ao pó pela guerra...
Mas, não duvides, nasceste para amar.
Faze, pois, o que te cabe! Paz na Terra!

Dias Campos - [Escritor Brasileiro]

Escritor, Advogado, formado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, em 15 de janeiro de 1992, Especialista em Direito Penal pela Escola Superior do Ministério Público do Estado de São Paulo e Professor de Direito Penal e Processo Penal na Universidade Paulista – UNIP, de fevereiro de 2000 a julho de 2007.

Romance:

Autor de As Vidas do Chanceler de Ferro. Lisboa: Chiado Editora, 2009.

Prêmio literário:

Vencedor do Concurso Mundial de Cuento y Poesía Pacifista, na modalidade Conto em Português, apoiado pelo movimento literário independente, Las Filigranas de Perder, Colômbia, 2009, com o conto Nunca desânimo...


Outros textos literários:

Um só caminho (Soneto publicado no Livro Diário do Escritor 2010, Litteris, 2009).

Valeu a pena, In ENTRELINHAS – Antologia de contos e microcontos, Andross, 2008.

Caso Diniz, um protesto (Soneto publicado na Revista da Associação Paulista do Ministério Público, n. 18, mai. de 1998, p. 82).

O cortejo (Conto publicado em Notícias Forenses, n. 161, nov. de 1997, p. 05).


sexta-feira, 29 de julho de 2011

Festlip reúne grupos portugueses e africanos no Rio de Janeiro


Separados por um imenso oceano, aproximados pela língua e pelos laços culturais - os ancestrais e os recém-criados. Até o dia 31, artistas das áreas de dança, teatro e música do Brasil, Portugal, Angola, Cabo Verde e Moçambique se misturam no Rio para ver e serem vistos, discutir, ensinar e aprender. O Festival de Teatro da Língua Portuguesa (Festlip) alcança sua quarta edição tendo como desafio tentar desviar a rota dos espetáculos dos países africanos lusófonos da Europa para o Brasil.

"Na Europa há muito interesse. Mesmo assim, o que a gente recebe da África está aumentando. Já o que o Brasil manda ainda é muito pequeno. Aqui não existe foco na África", explica a produtora Tânia Pires, criadora do festival, que há sete anos viaja aos países de língua portuguesa (incluindo Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor Leste) dando aulas de teatro e se inteirando das produções relevantes de cada um. Ela já tem catalogados 800 grupos. O número de inscritos só aumenta: este ano, foram cerca de 400. Entre eles, artistas que estiveram na América do Sul.

"Cabo Verde deixou de ser colónia de Portugal em 1975, então os laços ainda são muito fortes. Na capital, temos dois voos diários para Lisboa; já para o Brasil, é um por semana. De lá, nos apresentamos na Europa inteira, mais do que no próprio continente africano", conta o produtor Jeffery Hessney, do grupo de teatro-dança de lá Raiz Di Polon, o homenageado desta edição. "A familiaridade com o Brasil é muito grande, pela música e as novelas, o que não é recíproco."

Os 40 espetáculos do Festlip ocupam seis teatros cariocas e são gratuitos (com distribuição de senhas). O grupo Abrapalabra Creacións Escénicas, da Galíza (Espanha), vem como convidado "amigo da língua portuguesa". Num palco montado na Cinelândia, estão programados shows. Oficinas dirigidas a atores e estudantes de teatro, palestras e debates também visam estimular o intercâmbio entre os países.

Programação em www.talu.com.br/festlip.

Google assinala aniversário da inesquecível Amália Rodrigues - A maior cantora de fados de todos os tempos


O conhecido motor de busca recordou no passado dia 23, o aniversário de Amália Rodrigues com um dos seus conhecidos "doodles", ou logótipos utilizados para assinalar eventos especiais.

Neste "doodle", ve-se um desenho de Amália de braços abertos, como era seu costume em palco (e fora dele), junto a uma guitarra portuguesa, num cenário envolvido pelas ondas do mar, que tantas vezes foram cantadas pela artista.

Amália Rodrigues nasceu a 23 de Julho de 1920 próximo da Mouraria, em Lisboa. Aos 9 anos, canta pela primeira vez em público, numa festa da escola. Com 12 anos, torna-se bordadeira de profissão e, um ano mais tarde, arranja emprego numa fábrica de bolos.

Dois anos volvidos, Amália Rodrigues torna-se solista da Marcha de Alcântara, traçando o caminho que a levaria ao Concurso da Rainha do Fado dos Bairros, que abandonaria, não sem antes lhe mudar a vida. Foi aí que conheceu Francisco da Cruz, com quem esteve casada dois anos, e conseguiu uma audição para a casa de fados Retiro da Severa, que a catapultaria para a fama.

Amália Rodrigues acabaria por falecer a 6 de Outubro de 1999, aos 79 anos, não sem antes se tornar numa das artistas portuguesas de maior sucesso a nível mundial e num ícone incontornável da cultura e do fado português.

Associação Movimento Literário Kuphaluxa - Maputo - Moçambique



Comunicado de Imprensa
Está a caminho de Maputo a escritora brasileira, Ana Rusche, que vem ao País com o propósito de conhecer a Associação Movimento Literário Kuphaluxa bem como capacitar jovens escritores e amantes da literatura no geral, sobre as técnicas de escrita na literatura contemporânea.
Ana Rusche estará na capital moçambicana de 1 a 5 de Agosto próximo e para além de uma oficina literária de dois dias, com cerca de 50 escritores emergentes e estudantes das diversas áreas, vai participar em saraus culturais, visitará a casa do maior poeta de Moçambique, José Craveirinha, e ainda, orientará palestras no Centro Cultural Brasil – Moçambique (CCBM), Associação dos Escritores Moçambicanos (AEMO) e numa instituição de ensino.
A literata brasileira, durante os cinco dias em Maputo, irá manter igualmente, encontros com escritores nacionais, que culminarão com a edição de um livro de entrevistas sobre a experiência dos mesmos na vida artística e literária em Moçambique.
Na sua bagagem, Ana Rusche trará livros da sua autoria e de outros autores do Brasil, para doar à associação.
Esta visita, resulta da amizade e parcerias que esta associação tem mantido com várias instituições e personalidades ligadas ao mundo literário, no âmbito da sua estratégia de intercessão com os países de Língua Portuguesa.
Por julgarmos importante esta visita para a cultura nacional, pedimos a colaboração do Vosso prestigiado Órgão de Informação na divulgação do assunto e na respectiva cobertura.

ANA RUSCHE
Escritora natural de São Paulo, Brasil, publicou os livros de poesia Rasgada (Quinze & Trinta: 2005, publicado no México em 2008) e Sarabanda
(Selo Demónio Negro: 2007) e o romance Acordados. A obra Nós que Adoramos um Documentário foi publicada em Setembro de2010, pela Editora Ouversaria da Palavra.
Possui extenso currículo de publicações (principalmente de poesia), tendo escrito em diversas antologias e revistas, brasileiras e internacionais, e traduzida ao catalão, espanhol e inglês. Participa em festivais de poesia no Brasil e outros países da América Latina, quando, por exemplo, ministrou palestras sobre poesia contemporânea brasileira na Universidade Autónoma do México (UNAM) e na Universidade Diego Portales em Santiago do Chile.
É formada em Letras e Direito pela Universidade de São Paulo (USP), mestre em Direito Internacional e doutoranda na área de Estudos Culturais (Letras - Inglês, FFLCH-USP).

Para eventuais questões e esclarecimentos, contacte-se o Gabinete de Comunicação e Imagem do Kuphaluxa:
Cel: +258 82 27 17 645 ou +258 84 5778117
Sede: Centro Cultural Brasil-Moçambique. Av. 25 de Setembro, 1728-Maputo. Cel: +258 82 27 17 645 ou +258 84 5778117. E-mail: kuphaluxa@gmail.com. http://kuphaluxa.blogspot.com    http://revistaliteratas.blogspot.com 


I Encontro dos Escritores da Lusofonia



A lusofonia é o tema de um encontro que sexta feira, sábado e domingo vai reunir no Palácio da Brejoeira, em Monção, região Norte de Portugal, escritores, músicos, jornalistas e criadores de vários países de língua oficial portuguesa.

A designação oficial do evento é I Encontro dos Escritores da Lusofonia, mas a Casa das Artes daquele palácio, que responde pela organização, pretende que, acima de tudo, se trate de uma "festa".

Além da reflexão sobre a realidade da lusofonia, também haverá concertos, recitais de poesia, teatro, lançamento de livros e excursões.

II Curso de Estudos Avançados em Museologia, Salvador-Baía-Brasil - Cooperação universitária Portugal/Brasil



Tem início na próxima segunda-feira (1º), às 19h, no Palacete das Artes Rodin Bahia, em Salvador, o II Curso de Estudos Avançados em Museologia, uma parceria entre a Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia de Lisboa, a Universidade Federal da Bahia (Ufba), o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), a Associação Brasileira de Museologia (ABM) e a Secretaria de Cultura (Secult) através da Diretoria de Museus (Dimus).

A aula inicial contará com a presença do Secretário de Cultura, Albino Rubim, do diretor do Instituto do Património Artístico e Cultural (Ipac), Frederico Mendonça, da diretora da Dimus, Maria Célia Moura Santos, além do diretor do Ibram, Mario Chagas e do reitor da Universidade Lusófona, Mario Moutinho.

Além de ser único no Brasil, o curso ainda oferece uma grande vantagem: todos os créditos podem ser aproveitados no Doutorado da Universidade de Lisboa. “Esta possibilidade de equivalência entre os cursos é um incentivo para que a Bahia forme novos doutores em museologia”, considera Maria Célia Moura Santos, diretora da Dimus.

Os objetivos do curso são: promover o desenvolvimento de estudos com o mais alto nível de exigência na área de Museologia; afirmar a Museologia como área de formação em pesquisa no Brasil, em Portugal e em vários países; contribuir de forma inovadora e original para a compreensão da Museologia como recurso de comunicação, desenvolvimento e inclusão social no contexto da sociedade contemporânea.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

DIÓGENES DA CUNHA LIMA, O DISTINTO ADVOGADO, ESCRITOR E POETA, PRESIDENTE DA ACADEMIA NORTE RIOGRADENSE DE LETRAS-BRASIL, COMEMOROU O SEU ANIVERSÁRIO













Diogenes da Cunha Lima







O caro amigo Diógenes da Cunha Lima, distinto advogado, escritor, historiador, memoralista, poeta e presidente da nobre ANL - Academia Norte Riograndense de Letras, Membro do Conselho Estadual de Cultura, Membro do Instituto Histórico-Geográfico do RN, Ex-Reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e membro de várias outras Academias e Instituições culturais brasileiras,  comemorou o seu aniversário no passado dia 26 de Julho. 

Embora com um ligeiro atraso mas não sem menos jubilo e afetuosa intenção, aqui registamos a efeméride desejando muita saúde, muitos anos de vida, com bastante felicidade e continuação de realizações que enriqueçam ainda mais o já valioso património de relevantes contribuições para a cultura potiguar em particular e brasileira em geral, que Diógenes da Cunha Lima vem, desde muito cedo, oferecendo ao Rio Grande do Norte.

A notabilíssima obra deste escritor e poeta, coloca-o na Galeria Maior das grandes figuras culturais e públicas da contemporaneidade cultural do Rio Grande do Norte, projetando o seu nome e obra para todo o Brasil e até no exterior, sobretudo através de algumas suas criações traduzidas para língua francesa.

Como pessoa, este homem de grande cultura e trato afetuoso, irradia uma simpatia e simplicidade que fazem dele uma figura muito querida na sociedade do seu Estado natal - o Rio Grande do Norte.

Recordo, neste momento, com alegria e saudade, os gostosos "saraus" de poesia e animadas conversas, vividos em nossa casa de Natal-Ponta Negra, com a sua irradiante presença, e a companhia de outros ilustres poetas e escritores potiguares, como nossas queridas amigas poetas Diva Cunha e Marize de Castro, esta, nossa vizinha-madrinha, em que Selma e eu, nos encantávamos e nos deliciávamos em belas noites de verão, ouvindo poesia e divertidas histórias com o encantamento narrativo e fino humor de Diógenes da Cunha Lima. Temos de reeditar esses convívios!

Recordo ainda, mais recentemente, a afetuosa amabilidade de, a meu convite, Diógenes da Cunha Lima, ter aceite fazer parte da Comissão de Honra da minha exposição de fotografia e foto-poemas, realizada no Castelinho de Ponta Negra, em 2009, e de ter assinalado a cerimónia de abertura com uma magnífica intervenção de declamação de poesia sua dedicada ao evento, o que muito a todos sensibilizou e a mim particularmente.
Selma e eu, e em nome dos membros do nosso Conselho Editorial/Redatorial, mais uma vez desejamos:  

UM GRANDE E AFETUOSO ABRAÇO COM VOTOS DE LONGA VIDA COM SAÚDE E FELICIDADES, POETA E AMIGO DIIÓGENES DA CUNHA LIMA!



Diógenes da Cunha Lima
e eu, Carlos Morais dos Santos,
na inauguração da minha 
exposição de fotografia e 
foto-poemas, no Castelo Lua Cheia, 
em Natal-Ponta Negra, Set.2009.





Carlos Morais dos Santos
Professor Universitário
Escritor, Poeta, fotógrafo
Membro da Academia Portuguesa de Letras, Artes e Ciências
Cônsul (Lisboa) da Assoc.Intern. Poetas Del Mundo
Membro da Sociedade Portuguesa de Geografia de Lisboa
Membro da Soc. Portuguesa de Estudos do Séc. XVIII
Membro da Liga Portuguesa dos Direitos Humanos-Civitas
Membro do IHG/RN- Inst. Histórico Geográfico do RN-Brasil
Membro da SPVA-Soc. dos Poetas Vivos e Afins do RN-Brasil



quarta-feira, 27 de julho de 2011

Por Isabel Pecegueiro - Poema AFEGANISTÃO


Estreamos hoje a colaboração da poetisa Isabel Pecegueiro com o belo poema - Afeganistão - muito comovente na dureza da mensagem cívica de humanismo que grita, com uma lírica muito depurada e um forte ritmo marcado, dramático, como protesto musical que denuncia a guerra, o sangue, as mutilações e mortes. É um canto-marcha, grito pela paz, que ecoa vibrante, que nos atravessa e compromete e procura alcançar, desesperado, um Deus impotente e mudo, cujo Amor parece ter morrido no coração dos homens que fazem as guerras.

De Isabel Pecegueiro esperamos contar com a continuidade da sua colaboração, sempre que lhe sobrar alguma disponibilidade e, assim, revelaremos aos muitos milhares de nossos fieis leitores do universo lusófono, espalhados por todos os cantos do mundo, a beleza da criação literária desta autora, que nos há-de presentear com a sua intensa e muito sensível lírica e, também certamente, com alguns textos temáticos.

Isabel Pecegueiro, portuguesa, é professora em Lisboa do ensino pré-universitário (12º ano) na área das literaturas em que é formada e especializada. Amante e estudiosa de Fernando Pessoa, tem dado um particular destaque na sua docência à obra do grande génio da literatura lusófona.
C.M.S.




Isabel Pecegueiro

Afeganistão

No Afeganistão
Há fogo no ar
Há morte no chão
Afegão.
Choram as crianças
Escondem-se os chacais
E do céu cai fogo
Mais e mais.
No Afeganistão
salta uma criança
Um braço, uma mão
E a mãe que fica
Já sem isso tudo
Não nos pode olhar
Seu olhar é mudo.
Azul sua roupa
Como está vestida!
Sem rosto, sem braço, sem filho
sem vida.
E, no Afeganistão,
Sem qualquer razão
A morte acampou
E seus longos braços
Sem qualquer razão
No mundo espalhou.
Deus a tudo assiste
com nomes diversos.
Vai cerrando os olhos
Nos campos adversos
Aos filhos que Ele
Também vê morrer
E Ele, que é Deus,
Que pode fazer?

Isabel Pecegueiro


terça-feira, 26 de julho de 2011

Eugênia Correia - TRIBUTO DE HOMENAGEM A AMY WINEHOUSE



Um dos hinos da luta anti-manicomial, dos caps AD, da luta pela implantação de políticas públicas menos medicamentosas e mais artísticas e poéticas, capazes de fazer coro ao "no" que Amy cantou tão bem.

Sou fã de Amy Winehouse.  Gosto do jeito dela. Do cabelo, do charme, adoro ela ser feia, bem feia, e ao mesmo tempo absolutamente linda.

Ela tinha soul, ritmo, ginga, groove, fico arrepiada vendo clip com ela dizendo "no, no" para os psis do Rehab .

E somos nós, não ?



É a nós que ela se dirige como uma Musa da Resistência, afirmando não é isso, não é medicamento nem desintoxicação, não é isso que estou procurando, por isso digo não, não, não estou interessada em reabilitação, mas sim a habilitação frente à questão que me interpela como humano.  Qualquer coincidência é mera semelhança. 

Quem passa dos trinta deixa de ser criança, e vai ter que procurar outra referência diferente do pai. Não pode fazer Back down, só tem back up de arquivos, não de jeitos de amar. Não dá para ser black no white, como se a vida viesse pronta para degustar. Aos trinta, será que se confia no outro como um menino confia no menino? O que seria chegar a essa idade, para quem sabe sobre menopausa e morte?


A poesia da canção diz: eles querem me internar. Mas não quero me reabilitar do alcool. quero ficar habilitada a falar diante d´"eles". É a um pai que procuro. É a meu pai que faço referência, mostrando o quanto ainda está nessa formulação, a questão da minha vida e sua transmissão.


Meu pai também joga a toalha, também defende minha internação, ao invés de compor comigo minha existência de criança que ainda não ficou adulta. Chegar aos 30 anos é ficar adulta nem que seja cronologicamente. Por que essa idade cabalistíca?


Haveria uma marcação temporal entre os humanos nessa fase? ou talvez a questão da transmissão de um estilo, uma marca, que a gente não se dá conta que está passando, essa "logomarca" só se torna visível para quem a gente amar, e chegar aos trinta sem ter amado alguém que nos ama igualmente, � � dar prova de ter ficado na infância?

Quem está bêbado, caminha como bebê, fala como criança, faz coisas de criança. Vol ta para lá quem não consegue crescer. Para continuar indo em frente, só tem um único jeito: achar alguém que nos ame e a quem a gente ame e confie. Se essa figura não aparece, qualquer um faz marcha ré, volta back to black quantas vezes forem necessárias.

Mesmo rica e famosa, talentosa e linda, ela parecia tão sozinha nas entrevistas!

Quando ela dizia "no" estava dizendo "sim" à busca por quem escutasse sua verdade, que por ser tão pungente, exigia uma retórica embriagada. Só quem ama aguenta o estado de embriaguês. Embriagada, ela encontra colo e cuidado.

Colo e cuidado é totalmente diferente de desintoxicação e "rehab"-reabilitação.

Amo o jeito delas nas entrevistas, o personagem que ela escolheu, misturando donas de casa dos anos 60 com artistas tipo Brigitte Bardot.

Amy Winehouse, uma das minhas cantoras preferidas fez uma canção, essa que compartilho com vocês, um verdadeiro hino para a luta anti-manicomial.

(*) - Eugênia Correia é Psicanalista, Doutorada pela Universidade de Brasília e Professora na Universidade Federal da Paraíba - João Pessoa - Brasil 
Eugénia Correia (*)
Psicanalista 

Amy Winehouse
Composição: Amy Winehouse

They tried to make me go to rehab
But I said 'no, no, no'
Yes, I've been black, but when I come back
You'll know-know-know
I ain't got the time
And if my daddy thinks I'm fine
He's tried to make me go to rehab
But I won't go-go-go
I'd rather be at home with Ray
I ain't got seventy days
'Cause there's nothing
There's nothing you can teach me
That I can't learn from Mr. Hathaway
I didn't get a lot in class
But I know it don't come in a shot glass
They tried to make me go to rehab
But I said 'no, no, no'
Yes, I've been black, but when I come back
You'll know-know-know
I ain't got the time
And if my daddy thinks I'm fine
He's tried to make me go to rehab
But I won't go-go-go
The man said "why do you think you're here?"
I said "I got no idea.
I'm gonna, I'm gonna lose my baby,
So I always keep a bottle near."
He said "I just think you're depressed,
Kiss me here, baby, and go rest."
They tried to make me go to rehab
But I said 'no, no, no'
Yes, I've been black, but when I come back
You'll know-know-know
I don't ever want to drink again
I just, ooh, I just need a friend
I'm not going to spend ten weeks
And have everyone think I'm on the mend
It's not just my pride
It's just 'til these tears have dried
They tried to make me go to rehab
But I said 'no, no, no'
Yes, I've been black, but when I come back
You'll know-know-know
I ain't got the time
And if my daddy thinks I'm fine
He's tried to make me go to rehab
But I won't go-go-go

Tradução do inglês para português

Eles tentaram me mandar para a reabilitação
Mas eu disse 'não, não, não "
Sim, eu tenho estado mal mas quando eu voltar
Você vai saber-saber-saber
Eu não tenho tempo
E se meu pai acha que estou bem
Ele tentou me fazer ir para a reabilitação
Mas eu não vou go-go-go

Eu prefiro ficar em casa com Ray
Eu não tenho setenta dias
Porque não há nada
Não há nada que você possa me ensinar
Que eu não possa aprender com Sr. Hathaway

Eu não tive muito em sala de aula
Mas eu sei que não vem em um copo

Eles tentaram me mandar para a reabilitação
Mas eu disse 'não, não, não "
Sim, eu tenho estado mal mas quando eu voltar
Você vai saber-saber-saber
Eu não tenho tempo
E se meu pai acha que estou bem
Ele tentou me fazer ir para a reabilitação
Mas eu não vou go-go-go

O homem disse: "por que você acha que está aqui?"
Eu disse: "Eu não tenho idéia.
Eu vou, eu vou perder meu bebê,
Então eu sempre tenho uma garrafa por perto ".
Ele disse: "Eu só acho que você está deprimido,
Beije-me aqui, baby, e vá descansar. "

Eles tentaram me mandar para a reabilitação
Mas eu disse 'não, não, não "
Sim, eu tenho estado mal mas quando eu voltar
Você vai saber-saber-saber

Eu não quero nunca mais voltar a beber
Eu apenas, ooh, eu só preciso de um amigo
Eu não vou passar 10 semanas
E ter todos pensando que eu estou emendada

Não é só meu orgulho
É só 'até essas lágrimas secaram

Eles tentaram me mandar para a reabilitação
Mas eu disse 'não, não, não "
Sim, eu tenho estado mal mas quando eu voltar
Você vai saber-saber-saber
Eu não tenho tempo
E se meu pai acha que estou bem
Ele tentou me fazer ir para a reabilitação
Mas eu não vou go-go-go